A Polícia Civil concluiu que o consumo de arroz contaminado com terbufós, componente do veneno ‘chumbinho’, resultou na morte de três pessoas de uma mesma família em Parnaíba, no litoral do Piauí.
O envenenamento ocorreu durante um almoço preparado com sobras do jantar de Réveillon, no dia 1º de janeiro. Ao todo, 11 pessoas estavam presentes no evento, das quais apenas duas não consumiram o arroz.
Das nove que ingeriram o alimento, oito passaram mal e precisaram ser hospitalizadas. Três não resistiram: Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses, Lauane da Silva, de 3 anos, e Manoel Leandro da Silva, um jovem de 18 anos.
A irmã de 4 anos de Lauane foi transferida na sexta-feira (3) para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde segue internada, enquanto sua mãe, Francisca Maria, está no Hospital Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba.
Outros dois parentes também foram hospitalizados, mas receberam alta na sexta-feira: Francisco de Assis, de 53 anos, e um menino de 11 anos.
MORTOS
• Manoel Leandro da Silva, 18 anos (enteado de Francisco de Assis)
• Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria)
• Lauane da Silva, 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi)
Seguem internadas
• Francisca Maria da Silva, 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi) – internada em Parnaíba
• Menina de 4 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Lauane e Igno Davi) – internada em Teresina
Receberam alta
• Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca)
• Menino de 11 anos (filho de Francisco de Assis)
• Adolescente de 17 anos (irmã de Manoel)
• Maria Jocilene da Silva, 32 anos
Investigação e laudos
Os laudos da Polícia Científica do Piauí confirmaram a presença de terbufós, um pesticida tóxico, conhecido como “chumbinho”, no organismo das vítimas. O arroz, preparado com sobras de ceia, foi identificado como a fonte da contaminação. A polícia descartou o peixe como causa do envenenamento após análises laboratoriais.
“Foi encontrado terbufós no estômago de duas vítimas. O terbufós que é um pesticida da classe dos organofosforados, usado como agrotóxico, para matar pragas. Também foi feito o exame de uma mistura de arroz, farinha das panelas e dos pratos que ficaram lá como restos encontrados na casa.
Esse exame também deu a mesma substância, terbufós. Foi feito o exame também nas manjubinhas, os peixes que foram doados, e não se encontrou nada”, declarou Antônio Nunes, Perito Geral da Polícia Técnico-Científica do Piauí.
O caso é tratado como homicídio. A possibilidade de envolvimento de alguém da própria família está sendo investigada, mas também existem suspeitas de que o veneno tenha sido colocado na comida por terceiros durante a madrugada.
Histórico familiar
Em agosto de 2023, dois filhos de Francisca Maria: Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, morreram após consumirem cajus envenenados. Uma vizinha foi presa.
fonte: MN