
Maria dos Aflitos e seu companheiro, Francisco de Assis Pereira da Costa, são apontados pela Polícia Civil do Piauí como responsáveis pela morte de oito pessoas, sendo sete da mesma família, ao longo de cinco meses em Parnaíba. As investigações indicam que ambos premeditaram os crimes e atuaram juntos. O objetivo do casal seria reduzir as “despesas” dentro de casa.
Os envenenamentos sob autoria do casal ocorreram em três episódios diferentes. O primeiro envolveu suco em pó com terbufós, entregue no ano passado aos meninos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, netos de Maria dos Aflitos.
Pouco tempo depois, ocorreu um envenenamento no almoço servido no dia 1º de janeiro que resultou na morte de cinco pessoas da mesma família: Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses, Lauane da Silva, de 3 anos, Maria Gabriela, de 4 anos, Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, e Francisca Maria, de 34 anos, todos parentes diretos do casal.
No terceiro episódio, a vítima foi Maria Jocilene, vizinha e amante de Maria dos Aflitos, que ingeriu café contaminado com terbufós, substância também conhecida como chumbinho.
RELACIONAMENTO EXTRACONJUGAL

Uma das vítimas foi Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, que mantinha um relacionamento extraconjugal com Maria dos Aflitos. A mulher confessou em interrogatório realizado na sexta-feira (31) que queria jogar a culpa dos crimes sobre Jocilene, para livrar Francisco da prisão.
Ela colocou terbufós, também conhecido como chumbinho, em um copo de café servido à amante no dia 22 de janeiro. A mulher morreu dois dias depois.
Francisco está preso temporariamente desde o dia 8 de janeiro. Maria dos Aflitos foi presa na última sexta-feira (31). Até o momento, apenas a matriarca da família confessou os envenenamentos.

Como aconteceu o envenenamento
O baião de dois servido na noite da virada foi preparado por uma das filhas de Maria dos Aflitos. Na ceia, todos comeram e ninguém apresentou sintomas. No dia seguinte, porém, Francisco ordenou que o alimento fosse requentado para o almoço. Após a refeição, as vítimas começaram a passar mal. Maria dos Aflitos disse, na época, que estava dormindo no momento em que todos se alimentavam.
Laudos apontaram que o arroz continha terbufós, um veneno proibido no Brasil, usado em pesticidas. A substância afeta o sistema nervoso central, causando tremores, convulsões e dificuldade para respirar, podendo levar à morte.
Francisco deu pelo menos três versões diferentes sobre sua relação com o alimento, entrando em contradição com os depoimentos dos sobreviventes.
Além disso, a polícia descobriu que ele foi o último a dormir na madrugada do crime, ficando responsável por fechar a casa. A suspeita é de que ele tenha aproveitado esse momento para colocar o veneno na comida.
Vítimas do envenenamento do baião de dois
• Manoel Leandro da Silva, 18 anos (enteado de Francisco) – morreu
• Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses – morreu
• Lauane da Silva, 3 anos – morreu
• Francisca Maria da Silva, 32 anos – morreu
• Maria Gabriela (filha de Francisca Maria) – morreu
• Adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) – recebeu alta
• Maria Jocilene da Silva, 41 anos – sobreviveu, mas foi envenenada novamente e morreu em 24 de janeiro
• Menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) – recebeu alta

FONTE: MeioNews
